UMA BREVE HISTÓRIA DA IRLANDA

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Encontrei pela internet pequenos resumos da história da Irlanda, e acredito que se você gosta da cultura irlandesa, vai gostar de ler um pouco mais e assistir o vídeo deste post:

Início da história irlandesa

Os historiadores estimam que a Irlanda foi ocupada por humanos pela primeira vez em um estágio relativamente tardio, em termos europeus – cerca de 10.000 anos atrás. Por volta de 4000 a.C. estima-se que os primeiros agricultores chegaram à Irlanda. A agricultura marcou a chegada da nova Idade da Pedra. Por volta de 300 a.C., os guerreiros da Idade do Ferro, conhecidos como celtas, chegaram à Irlanda vindos da Europa continental. Os celtas tiveram uma imensa influência na Irlanda. Muitos mitos irlandeses famosos derivam de histórias sobre guerreiros celtas. A primeira língua oficial da República da Irlanda atualmente, o irlandês (ou gaélico), deriva da língua celta.

Início da Irlanda cristã

Depois da chegada de São Patrício e outros missionários cristãos no início e meados do século V, o cristianismo substituiu a religião pagã indígena por volta de 600 d.C. Os sábios cristãos irlandeses se destacaram no estudo de latim, grego e teologia cristã em monastérios em toda a Irlanda. As artes da escrita, iluminação, metalurgia e escultura floresceram e produziram tesouros como o Book of Kells (Livro de Kells), a joalheria decorativa e muitas cruzes de pedra entalhadas que ainda podem ser vistas pelo país.

A Era Viking

No final do século VIII e durante o século IX os vikings, vindos da atual Escandinávia, começaram a invadir e, depois, a gradualmente se estabelecer e se misturar à sociedade irlandesa. Os vikings fundaram Dublin, a cidade capital da Irlanda, em 988. Depois da derrota dos vikings por Brian Boru, Grande Rei da Irlanda, em Clontarf em 1014, a influência viking diminuiu.

A era normanda

O século XII testemunhou a chegada dos normandos. Os normandos construíram cidades muradas, castelos e igrejas. Eles também aumentaram a agricultura e o comércio na Irlanda.

Plantações e leis penais

Depois que o Rei Henrique VIII declarou-se líder da Igreja na Inglaterra, em 1534, ele fez com que o Parlamento Irlandês o declarasse Rei da Irlanda em 1541. Daquela época até o final do século XVII, uma política inglesa oficial de “plantação” causou a chegada de centenas de colonos protestantes ingleses e escoceses. A plantação mais bem-sucedida ocorrei em Ulster. A partir desse período, o conflito religioso se tornou um tema comum na história irlandesa.
O século XVII foi um século sangrento na Irlanda. Ele culminou com a imposição do rígido regime de leis penais. Essas leis ditavam a retirada de poder dos católicos, negando-lhes, por exemplo, o direito a empréstimos ou à posse de terras acima de um determinado valor, tornando ilegal o clero católico, proibindo a educação superior e a profissionalização e impondo juramentos de obediência à igreja estatal, a Igreja da Irlanda. Durante o século XVIII o cumprimento rígido das leis penais foi aliviado, mas em 1778 os católicos detinham apenas cerca de 5% das terras na Irlanda.

União com a Grã-Bretanha

Em 1782, uma facção do Parlamento liderada por Henry Grattan (protestante), conseguiu negociar uma relação comercal mais favorável com a Inglaterra e uma maior independência legislativa para o Parlamento da Irlanda. Londres, porém, ainda controlava muito do que acontecia na Irlanda. Inspirada pela Revolução Francesa, em 1791 foi criada uma organização chamada United Irishmen (Irlandeses Unidos), com o ideal de unir os irlandeses de todas as religiões para mudar e reduzir o poder da Bretanha na Irlanda. Seu líder era um jovem protestante de Dublin chamado Theobald Wolfe Tone. A United Irishmen foi a inspiração para a rebelião armada de 1798. A rebelião falhou, apesar das tentativas de ajuda dos franceses, e em 1801 foi aprovada a Act of Union (Lei da União), unindo politicamente a Irlanda e a Bretanha.
Em 1829, um dos maiores líderes da Irlanda, Daniel O’Connell, conhecido como “o grande libertador”, foi essencial para a aprovação da Act of Catholic Emancipation (Lei da Emancipação Católica) no parlamento de Londres. Ele conseguiu eliminar a proibição total de voto para católicos e também o direito de participação no Parlamento em Londres.
Depois dessa vitória, O’Connell pretendia cancelar a Act of Union (Lei da União) e restabelecer o parlamento irlandês. Essa tarefa, no entanto, era muito mais difícil e a abordagem não violenta de O’Connell não era apoiada por todos. Esses problemas políticos, contudo, foram obscurecidos pelo pior desastre e tragédia da história irlandesa – a grande fome.

A grande fome

As batatas, na época, eram o principal alimento da crescente população. Quando a queima (um tipo de praga) atingiu as plantações de batata de todo o país em 1845, 1846 e 1847, seguiu-se o desastre. As batatas deixaram de ser comestíveis e as pessoas começaram a morrer de fome. A resposta do governo britânico também contribuiu para o desastre – os acordos de comércio ainda eram controlados por Londres. Enquanto centenas de milhares de pessoas sofriam com a fome extrema, a Irlanda era forçada a exportar colheitas abundantes de trigo e derivados de leite para a Grã-Bretanha, e depois, para o exterior.
Entre 1845 e 1851, dois milhões de pessoas morreram ou foram obrigadas a emigrar da Irlanda. A população da Irlanda nunca mais voltou ao nível de antes da fome, de aproximadamente 8 milhões.
A história de emigração da Irlanda continuou depois disso, com a maioria dos emigrantes irlandeses indo para os Estados Unidos.

Autonomia política

Houve pouco desafio efetivo ao controle da Irlanda pela Bretanha, até os esforços de Charles Stewart Parnell (1846-91). Aos 31 anos, ele se tornou líder do Irish Home Rule Party (Partido Irlandês pela Autonomia Política), que se tornou o Irish Parliamentary Party (Partido Parlamentar Irlandês) em 1882.
Embora Parnell não tenha atingido o Home Rule (ou autogoverno), seus esforços e amplamente reconhecida capacidade na House of Commons (Casa dos Comuns) valeu-lhe o título de “rei não coroado da Irlanda”. O impulso dado por ele à ideia do Home Rule teve implicações duradouras.
Em Ulster, no norte da Irlanda, a maioria das pessoas era protestante. Eles estavam preocupados com a possibilidade de o Home Rule ser concedido, já que seriam uma minoria protestante em uma Irlanda independente de maioria católica. Eles eram favoráveis à união com a Grã-Bretanha. O Unionist Party (Partido Unificador) foi liderado por Sir Edward Carson. Carson ameaçou uma luta armada por uma Irlanda do Norte separada, se fosse concedida independência à Irlanda.
Um Home Rule Bill (Projeto de Lei pela Autonomia Política) foi aprovado em 1912 mas, crucialmente, não foi transformado em lei. A Home Rule Act (Lei da Autonomia Política) foi suspensa com o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Muitos nacionalistas irlandeses acreditavam que a Home Rule seria concedida depois da guerra, se apoiassem os esforços de guerra britânicos. John Redmond, líder do Irish Parliamentary Party (Partido Parlamentar Irlandês), estimulou as pessoas a se unirem às forças britânicas. Muitos se uniram. No entanto, a maioria dos nacionalistas não confiou no governo britânico, levando a um dos principais eventos da história irlandesa, o Easter Rising (Levante da Páscoa).

Levante da Páscoa

Em 24 de abril de 1916, segunda-feira de Páscoa, dois grupos de rebeldes armados, os Irish Volunteers (Voluntários Irlandeses) e o Irish Citizen Army (Exército de Cidadãos Irlandeses), tomaram pontos-chave de Dublin. Os Voluntários Irlandeses foram liderados por Padraig Pearse e o Exército de Cidadãos Irlandeses por James Connolly. Em frente ao GPO (General Post Office, Agência central do correio), no centro de Dublin, Padraig Pearse leu a Proclamação da República, que declarou uma República Irlandesa independente da Grã Bretanha. Seguiram-se as batalhas, com baixas em ambos os lados e entre a população civil. O Levante de Páscoa terminou em 30 de abril, com a rendição dos rebeldes. A maioria da população era, na verdade, contra o Levante. A opinião pública mudou, porém, quando a administração britânica respondeu executando muitos dos líderes e participantes do Levante. Todos os sete signatários da proclamação foram executados, inclusive Pearse e Connolly.
Duas das principais figuras que estiveram envolvidas no levante e que evitaram a execução foram Éamon de Valera e Michael Collins. Nas eleições de dezembro de 1918, o partido Sinn Féin, liderado por Éamon de Valera, ganhou a maioria das vagas irlandesas da House of Commons (Câmara dos Comuns). Em 21 de janeiro de 1919, os membros do Sinn Féin na Câmara dos Comuns se reuniram em Dublin para formar um parlamento da República Irlandesa, chamado Dáil Éireann, declarando unilateralmente o poder sobre toda a ilha.

Guerra da independência

O que se seguiu é conhecido como “guerra da independência”, quando o Irish Republican Army (Exército Republicano Irlandês) – o exército da recém-declarada República Irlandesa – travou uma guerra de guerrilha contra as forças britânicas de 1919 a 1921. Um dos principais líderes dessa guerra foi Michael Collins. Em dezembro de 1921 foi assinado um tratado pelas autoridades irlandesas e britânicas. Embora um nível claro de independência tivesse sido finalmente concedido à Irlanda, o teor do tratado dividiu a opinião pública e política irlandesa. Uma das fontes de divisão foi a Irlanda ter sido dividida em Irlanda do Norte (6 condados) e no Estado Livre Irlandês (26 condados), que se estabeleceu em 1922.

Guerra Civil

Tal foi a divisão de opinião na Irlanda que se seguiu uma Guerra Civil, de 1922 a 1923, entre forças a favor e contra o tratado, com Collins (a favor do tratado) e de Valera (contra o tratado) em lados opostos. As consequências da Guerra Civil podem ser vistas até hoje. Os dois maiores partidos políticos da Irlanda têm suas raízes nos lados opostos da guerra civil: Fine Gael (a favor do tratado) e Fianna Fáil (contra o tratado). Depois da guerra civil, seguiu-se um período de relativa estabilidade política.

Irlanda do Norte

O Parlamento da Irlanda do Norte foi criado pela mesma Government of Ireland Act (Lei do Governo da Irlanda) de 1920, que criou o Estado Livre Irlandês. O Parlamento era composto por maioria protestante e, embora houvesse uma relativa estabilidade por décadas, ela acabou no final dos anos 60, devido à discriminação sistemática dos católicos.
O ano de 1968 testemunhou o início das marchas pelos direitos civis dos católicos na Irlanda do Norte, que levou a reações violentas de protestantes leais e da força policial. Seguiu-se um período conhecido como “the Troubles” (os conflitos), quando os grupos nacionalistas/republicanos e leais/unificadores se confrontaram.
Em 1969, tropas britânicas foram enviadas a Derry e Belfast para manter a ordem e proteger a minoria católica. Mas o exército logo passou a ser visto pela comunidade católica minoritária como uma ferramenta da maioria protestante. Essa impressão foi reforçada pelos eventos conhecidos como Bloody Sunday (Domingo Sangrento), em 1972, quando as forças britânicas abriram fogo contra uma marcha pelos direitos civis católicos em Derry, matando 13 pessoas. Seguiu-se um aumento da violência paramilitar, seguido por muitas atrocidades cometidas por ambos os lados. O período dos “Conflitos” terminou com um acordo geral, o Acordo de Belfast (ou da Sexta-feira Santa), em 10 de abril de 1998.
Estima-se que, entre 1969 e 1998, muito mais de 3.000 pessoas foram mortas por grupos paramilitares, em ambos os lados do conflito.
Desde 1998 uma considerável estabilidade e paz chegaram à Irlanda do Norte. Em 2007, o DUP (Partido Democrático Unificador) e o Sinn Féin, partidos arquirrivais, passaram a cooperar no governo da Irlanda do Norte.

República da Irlanda – do século XX aos dias atuais

A Constituição de 1937 restabeleceu o estado como República da Irlanda.
Em 1973, a Irlanda se uniu à Comunidade Econômica Europeia (Hoje União Europeia).
Nos anos 80 a economia irlandesa estava em recessão e muitas pessoas emigraram por motivo de trabalho. Muitas pessoas emigraram para o Reino Unido, os Estados Unidos e a Austrália.
As reformas econômicas dos anos 80, juntamente com a entrada na Comunidade Europeia (hoje União Europeia), criaram uma das maiores taxas de crescimento econômico do mundo. A Irlanda, nos anos 90, até então considerada um país de emigração, se tornou um país de imigração. Esse período da história irlandesa foi chamado de Tigre Celta.
Para encontrar locais de interesse histórico na Irlanda, acesse:

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